domingo, 31 de agosto de 2008

PROVÉRBIOS DO AVESSO

O Jornal Público, na sua revista dominical - a Pública -, na secção “Letra Pequena” assinada por Rita Pimenta, dá hoje destaque ao livro (Im)provérbios, de João Manuel Ribeiro, com ilustrações de Flávia Leitão, em continuidade com o áudio-livro, já aqui divulgado.

PROVÉRBIOS DO AVESSO

Numa espécie de brincadeira com a "sabe­doria do povo", João Manuel Ribeiro virou do avesso alguns provérbios populares. Ora trocou uma palavra, ora inverteu um ditado, ora juntou o início de um ao final de outro. Com um pouco de confessada "maldade", o autor quis pôr em causa algumas máximas raramente questionadas. Isto porque considera que os provérbios "têm tanto de sabedoria, como de tolice".
"Mais vale nunca só nem mal acompanhado", "quem tem boca vai onde a língua lhe chegar" são apenas alguns exemplos das alterações a provérbios conhecidos. "A minha vontade é a de pôr os miúdos e os adultos a reflectir sobre ideias feitas, através de uma leitura lúdica", diz o autor e também editor do livro. Para captar a atenção das crianças explorou ainda a parte fonética dos ditados. A possibilidade de dar a conhecer os seus textos a crianças antes mesmo de os publicar tem-lhe facilitado a percepção do modo de ler dos mais novos. O doutora­mento que está a preparar envolveu o conví­vio diário em Coimbra com 15 turmas do 4.° ano do 1.° ciclo, num universo de mais de 200 crianças. Eis porque está tão à vontade com os imaginários que as fascinam, como já era notório em títulos seus anteriores, casos de "Ron­del de Rimas para Meninos e Meni­nas" e "A Menina das Rosas".
Para a ilustradora Flávia Leitão este é o primeiro livro de capa dura que desenha, conseguindo no entanto estrear-se em sinto­nia com as palavras e o humor dos (im)provérbios criados. A opção por dar unidade a cada plano, mesmo se a cada uma das páginas corresponde uma idéia distinta, resulta bem. O formato pequeno do livro também se adequa ao espírito da colecção a que dá início: Ditos (Im)populares.
Dizem os especialistas que a leitura deste tipo de obras carece sempre da presença de mediador, para que assim a criança possa entender melhor o jogo que se faz com as palavras e as idéias. Seja.

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