Na “Notícias Sábado” do JN e DN de ontem, dia 14 de Fevereiro, o jornalista Sérgio Almeida faz uma recensão ao livro “Anton” de Simão Vieira, atribuindo-lhe uma classificação de 4 estrelas. Segue o texto:
“Encontrar na ampla oferta de literatura infanto-juvenil um livro que seja simultaneamente apelativo e formador é missão mais árdua do que poderíamos supor, pois o que mais abundam são as obras redutoras que confundem mensagem acessível com um nivelamento por baixo das exigências. Desta crónica insuficiência não padece o livro de estreia de Simão Vieira, que, em Anton, nos brinda com uma obra enternecedora e educativa cujo tom tolerante (ou inclusivo, usando uma terminologia em voga) faz mais pela compreensão do outro do que dezenas de manifestos e recomendações oficiais incipientes. Anton é um menino recém-chegado a uma escola que cedo desperta a atenção dos colegas por ser diferente dos demais. Com perspicácia e tacto, não só vence as resistências iniciais como acaba por se converter num aluno e colega modelar. O seu maior trunfo é a curiosidade (“não te parece misterioso usares as mesmas palavras para dizeres “tu” e o princípio de “tudo”?”, interroga-se), com a qual tenta conhecer as coisas em seu redor, recusando verdades antecipadas e ideias feitas. O autor, igualmente responsável pelas ilustrações, acredita que “o mundo tem de ser acordado em mil olhares” e cumpre a sua quota-parte num livro que cultiva os afectos de um modo de tal forma cativante que nos leva a aderir sem contemplações ao seu conteúdo”.
“Encontrar na ampla oferta de literatura infanto-juvenil um livro que seja simultaneamente apelativo e formador é missão mais árdua do que poderíamos supor, pois o que mais abundam são as obras redutoras que confundem mensagem acessível com um nivelamento por baixo das exigências. Desta crónica insuficiência não padece o livro de estreia de Simão Vieira, que, em Anton, nos brinda com uma obra enternecedora e educativa cujo tom tolerante (ou inclusivo, usando uma terminologia em voga) faz mais pela compreensão do outro do que dezenas de manifestos e recomendações oficiais incipientes. Anton é um menino recém-chegado a uma escola que cedo desperta a atenção dos colegas por ser diferente dos demais. Com perspicácia e tacto, não só vence as resistências iniciais como acaba por se converter num aluno e colega modelar. O seu maior trunfo é a curiosidade (“não te parece misterioso usares as mesmas palavras para dizeres “tu” e o princípio de “tudo”?”, interroga-se), com a qual tenta conhecer as coisas em seu redor, recusando verdades antecipadas e ideias feitas. O autor, igualmente responsável pelas ilustrações, acredita que “o mundo tem de ser acordado em mil olhares” e cumpre a sua quota-parte num livro que cultiva os afectos de um modo de tal forma cativante que nos leva a aderir sem contemplações ao seu conteúdo”.