A CASA DA LEITURA da Fundação Calouste Gulbenkian incluiu o livro “O Pai Natal e o maiúsculo Menino” de João Pedro Mésseder, com ilustrações de Gabriela Sotto Mayor, na sua "Montra" de títulos para “leitores iniciais e medianos”, com a seguinte sinopse, assinada por Ana Margarida Ramos:
Construído como uma narrativa versificada, este texto dá conta, através das memórias e da reflexão de um narrador/sujeito poético de primeira pessoa, das modificações ocorridas na celebração do Natal, exprimindo uma certa nostalgia por um passado onde a festividade tinha mais conotações religiosas e afectivas, entretanto substituídas pelo consumismo. Desta forma, a imagem do maiúsculo Menino, correspondendo à figura de Jesus recém-nascido, conotado com um certo Cristianismo primitivo, opõe-se a imagem do Pai Natal, aproveitamento comercial e adulterado dessa realidade original. Sob a aparente leveza e acessibilidade do discurso, marcado pelo verso tradicional e pela rima, o texto, recorrendo à ironia e também ao humor, inclui críticas sociais duríssimas aos valores dominantes da sociedade contemporânea, denunciando o consumismo desmesurado, a injustiça na distribuição dos bens e da riqueza, a valorização da aparência em detrimento da essência, a desvalorização dos afectos e da família… As ilustrações, ainda que coloridas e pensadas como um todo coeso, não dão conta da leitura profunda do texto e das implicações ideológicas que a oposição Menino Jesus e Pai Natal conotam. [Ana Margarida Ramos]
Construído como uma narrativa versificada, este texto dá conta, através das memórias e da reflexão de um narrador/sujeito poético de primeira pessoa, das modificações ocorridas na celebração do Natal, exprimindo uma certa nostalgia por um passado onde a festividade tinha mais conotações religiosas e afectivas, entretanto substituídas pelo consumismo. Desta forma, a imagem do maiúsculo Menino, correspondendo à figura de Jesus recém-nascido, conotado com um certo Cristianismo primitivo, opõe-se a imagem do Pai Natal, aproveitamento comercial e adulterado dessa realidade original. Sob a aparente leveza e acessibilidade do discurso, marcado pelo verso tradicional e pela rima, o texto, recorrendo à ironia e também ao humor, inclui críticas sociais duríssimas aos valores dominantes da sociedade contemporânea, denunciando o consumismo desmesurado, a injustiça na distribuição dos bens e da riqueza, a valorização da aparência em detrimento da essência, a desvalorização dos afectos e da família… As ilustrações, ainda que coloridas e pensadas como um todo coeso, não dão conta da leitura profunda do texto e das implicações ideológicas que a oposição Menino Jesus e Pai Natal conotam. [Ana Margarida Ramos]