No n.º 16 do Solta Palavra, Revista/Boletim do CRILIJ - Centro de Recursos e Investigação em Literatura Infantil e Juvenil - , acabadinho da sair, Manuela Maldonado escreve a seguinte recensão ao livro "Tretaletra" de Maria Helena Pires, com ilustrações de Elisabete Ferreira, editado pela Trinta Por Uma Linha:

A ilustradora, Elisabete Ferreira, concebeu um código icónico que interage com o da escrita ao desenhar seres longilíneos, de tipo cinésico, com umas cabeleiras enormes a flutuar ao vento. O cabelo é a cobertura da cabeça, a sede pensante donde as ideias borbotam e onde também estão sediados o sentir e o imaginar. Os cabelos longos que aparecem em movimento funcionam como propulsores dessa intimidade cerebral, afectiva, imaginativa a que as cores atribuídas acrescentam significâncias. Interessante é o facto de, em quase todas as situações, os ouvidos estarem a descoberto ou não fosse a poesia um texto essencialmente para ouvir que, à sua maneira, é a música dos fonemas.
A designer, Anabela Dias, interpreta na perfeição os dois códigos em presença, chegando até a combinar, na página, a cor dominante dos cabelos com a dos grafemas.
A partir dos 8 anos