O livro «Os cavalos de Santiago» foi divulgado, na passada sexta-feira, no Semanário Grande Porto. O texto é de Duarte Pinheiro.
A cavalo de...
Como fazia o Cavaleiro Santiago, nas Justas, a derrotar o
adversário sem o ferir? E por que razão “sabia ler o pensamento dos cavalos” ou
“conseguia que os cavalos soubessem o que ele estava a pensar”? Estas são
algumas interrogações que nascem da leitura de Os cavalos de Santiago, conto infantil que narra a história de um
menino, Santiago, que tinha uma especial adoração e relação com os cavalos.
Adulto, torna-se cavaleiro e participa em torneios de cavalaria (jogos marciais
como as Justas), amealhando fama e terrenos e fazendo pastar livremente nesses
os seus cavalos.
Rui Vieira, com uma escrita algo faulkneriana, constrói assim um cenário medieval povoado de cavalos
e cavaleiros, aventura e medo, amizade e reconhecimento. No entanto, o autor
incorre em algo infelizmente habitual em literatura infantil: tenta inverter,
sob o ponto de vista ideológico, uma história de guerra e lutas numa história
de paz e liberdade, o que não chega a ser sempre convincente; por outro lado,
esta é brilhantemente ilustrada, porque dialogante, por Cátia Vidinhas.
O livro tem o cunho da “Trinta-por-uma-linha”, que não
desilude, e face à qualidade das suas edições, começam a faltar adjetivos para
classificar o trabalho da equipa de João Manuel Ribeiro.