A publicação do primeiro livro de um autor é sempre um momento significativo para este e para os leitores. Porque esta relevância se faz e se estabelece à volta de um livro, de uma personagem e de um autor, deixamos aqui uma breve entrevista à Sónia Borges (e a pretexto da apresentação do livro em Mirandela, sua terra natal):
Conta-nos um pouco do teu percurso até aqui.
Nasci, cresci e estudei em Mirandela até aos 17 anos, sempre com um grande interesse pelo desenho e pela pintura (andar acompanhada pelo papel e pelo lápis sempre me deu um enorme prazer!). Saí depois, para estudar Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, finalizando o curso em 2004. Iniciei a minha actividade profissional em Serralves, colaborando com o Prof. Fernando Pernes no Gabinete do Assessor Cultural e agora com o Serviço Educativo na Fundação de Serralves, realizando visitas guiadas às exposições patentes no Museu de Arte Contemporânea e orientando algumas oficinas a grupos escolares.
Porquê a ilustração, se a formação é de pintura?
As histórias surgiram em 2003 como solução para as prendas dos amigos e da família. O dinheiro não era suficiente para grandes presentes, então... mãos à obra!
Como sempre tive grande dificuldade em separar-me das pinturas para oferecer ou até mesmo vender, a alternativa do livro prometeu melhores resultados.
O conhecimento e a prática que adquiri no âmbito da formação de pintura, foi e continua a ser fundamental para a ilustração. Dois registos diferentes, mas que “cozinho” com as mesmos ingredientes: a linha, a mancha, a cor, as formas e a composição.
De onde surgiu esse encanto pelo conto, tem alguma relação com a tua infância?
Este fascínio pelos contos, deve-se principalmente à admiração que sinto pelo meu avô, António do Vale. Depois de jantar e rezar o terço em família, ele contava histórias aos doze filhos e algumas duravam mais de duas noites! Eu não tive o privilégio de o ouvir, mas a minha mãe (a filha que melhor se lembra de todas as histórias), quando eu era mais nova contava-as, sendo sempre fiel aos termos usados pelo meu avô, típicos de Nuzedo de Baixo (aldeia natal dos meus pais).
Também me lembro, que em criança, quando tinha pesadelos, corria para a cama do meu irmão e ele, contando pequeninas histórias, acalmava-me. Recordo-me de pormenores soltos, memórias embaciadas que ficaram!
Quando e como é que nasceu a MENINA TRISTE?
Em 2004, quando quis dar uma prenda especial ao meu irmão.
Normalmente, penso na pessoa a quem vou oferecer/dedicar a história para a escrever, mas a Menina Triste foi diferente. Nas orações do grupo de jovens, dos Salesianos de Mirandela, o P. Álvaro terminava-as dizendo “Façam o favor de ser felizes!”. Por volta de 2004, este pedido fez com que gritasse dentro de mim a pergunta “Como?”. Peguei na Menina Triste e andámos à procura de UMA resposta.
A Menina Triste é exemplo de um estilo muito próprio que criaste e envolve as personagens da história, que são quase todas magrinhas, altas, predominantemente apresentadas a preto e branco e desdentadas. Como surgiram?
As escolhas aconteceram por motivos estéticos e processuais, refiro-me por exemplo ao erro, que pode ser o traço que se alonga por onde não deve e como desenho directamente com uma caneta preta, esse traço não podendo ser apagado, conduz a ilustração para outro caminho.
Conta-nos um pouco do teu percurso até aqui.
Nasci, cresci e estudei em Mirandela até aos 17 anos, sempre com um grande interesse pelo desenho e pela pintura (andar acompanhada pelo papel e pelo lápis sempre me deu um enorme prazer!). Saí depois, para estudar Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, finalizando o curso em 2004. Iniciei a minha actividade profissional em Serralves, colaborando com o Prof. Fernando Pernes no Gabinete do Assessor Cultural e agora com o Serviço Educativo na Fundação de Serralves, realizando visitas guiadas às exposições patentes no Museu de Arte Contemporânea e orientando algumas oficinas a grupos escolares.
Porquê a ilustração, se a formação é de pintura?
As histórias surgiram em 2003 como solução para as prendas dos amigos e da família. O dinheiro não era suficiente para grandes presentes, então... mãos à obra!
Como sempre tive grande dificuldade em separar-me das pinturas para oferecer ou até mesmo vender, a alternativa do livro prometeu melhores resultados.
O conhecimento e a prática que adquiri no âmbito da formação de pintura, foi e continua a ser fundamental para a ilustração. Dois registos diferentes, mas que “cozinho” com as mesmos ingredientes: a linha, a mancha, a cor, as formas e a composição.
De onde surgiu esse encanto pelo conto, tem alguma relação com a tua infância?
Este fascínio pelos contos, deve-se principalmente à admiração que sinto pelo meu avô, António do Vale. Depois de jantar e rezar o terço em família, ele contava histórias aos doze filhos e algumas duravam mais de duas noites! Eu não tive o privilégio de o ouvir, mas a minha mãe (a filha que melhor se lembra de todas as histórias), quando eu era mais nova contava-as, sendo sempre fiel aos termos usados pelo meu avô, típicos de Nuzedo de Baixo (aldeia natal dos meus pais).
Também me lembro, que em criança, quando tinha pesadelos, corria para a cama do meu irmão e ele, contando pequeninas histórias, acalmava-me. Recordo-me de pormenores soltos, memórias embaciadas que ficaram!
Quando e como é que nasceu a MENINA TRISTE?
Em 2004, quando quis dar uma prenda especial ao meu irmão.
Normalmente, penso na pessoa a quem vou oferecer/dedicar a história para a escrever, mas a Menina Triste foi diferente. Nas orações do grupo de jovens, dos Salesianos de Mirandela, o P. Álvaro terminava-as dizendo “Façam o favor de ser felizes!”. Por volta de 2004, este pedido fez com que gritasse dentro de mim a pergunta “Como?”. Peguei na Menina Triste e andámos à procura de UMA resposta.
A Menina Triste é exemplo de um estilo muito próprio que criaste e envolve as personagens da história, que são quase todas magrinhas, altas, predominantemente apresentadas a preto e branco e desdentadas. Como surgiram?
As escolhas aconteceram por motivos estéticos e processuais, refiro-me por exemplo ao erro, que pode ser o traço que se alonga por onde não deve e como desenho directamente com uma caneta preta, esse traço não podendo ser apagado, conduz a ilustração para outro caminho.
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