sexta-feira, 11 de abril de 2008

NOVA COLECÇÃO - "OS LIVROS DO RAFA"

Fátima Pombo é um nome que muitos conhecem de andanças várias.

Como romancista escreveu “O Desenhador” (2003), “As Cordas” (2005) e “O Bairro dos Poetas” (2007), todos editados pela Teorema.

Como investigadora na área da filosofia e da música e na qualidade de professora associada no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, publicou duas biografias da violoncelista portuguesa Guilhermina Suggia (1993 e 1996) e “Traços de Música” (com tradução espanhola, 2001) e ainda “Amor e Morte. O sabor amargo das amêndoas” (2004), entre muitos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais.

Como escritora aventurou-se pelo universo da literatura infantil, em 2008 com histórias infantis da série 'A Menina Azul' que serão editadas brevemente pela “Trinta-por-uma-Linha”.

Fátima Pombo inaugura agora um novo ciclo com a nova colecção da “Trinta-por-uma-linha”, especialmente direccionada para os adolescentes e jovens: a colecção “Os livros do Rafa”. O primeiro livro dá a conhecer o personagem da série, um rapaz de 15 anos, chamado Rafa que tem borbulhas, pêlos no bigode, alguns pêlos no peito, 2 irmãs mais novas, 1 cadela, pais divorciados, toca bateria e passou para o 10º ano. Todos lhe dizem que está a transformar-se num homem. Ele quer saber o que significa isso. A história começa no primeiro dia de férias.

O primeiro livro da colecção intitula-se “Rafa e as férias de verão” e, como o título sugere, é um livro para ler nas férias que aí vêm por adolescentes, eles e elas, e pelos (seus) pais.

Brevemente entrevistaremos a autora sobre este livro.

Deixamos aqui um breve trecho, em pré-publicação, e para aguçar o apetite.

“Tirei a T-shirt que tinha riscas e, de repente, sinto a pele da Pilar encostada às minhas costas. Não podem imaginar a sensação que eu tive. Ela tinha-se aproximado de mim, estava de joelhos atrás das minhas costas para espalhar mais facilmente o protector. Eu pensei que ia levantar voo. Ela tinha uma mãozinha pousada no meu ombro esquerdo e com a mão direita fazia aqueles movimentos circulares nas minhas costas para espalhar o creme. Já mexer nas costas é bom. Claro que a minha experiência é só quando uso a escova do banho da minha mãe e já é de um tipo se passar. Agora, com as mãos da Pilar a mexerem de um lado para o outro e, de vez em quando, as maçãzinhas dela a tocarem na minha pele, aqui e ali, para chegar melhor a todas as partes das minhas costas, é de subir pelas paredes. Eu estava num estado que não vos digo nada. Peguei na T-shirt que tinha atirado para o lado e pu-la à minha frente, porque nem com as mãos eu podia disfarçar. (…)
Lá fui e comprei o mesmo jornal que o meu pai costuma ler. Aquele jornal já me ia dar para o dia todo. Comprei pastilhas elásticas. Achei simpático fazer essa surpresa à Pilar. Hesitei nos sabores, sei lá do que é que ela gosta. Acabei por comprar com sabor a limão, sempre é fresco e as miúdas têm a mania de dizer que gostam ‘porque é fresco’. Enfim, as miúdas têm lá o código delas e não é fácil percebê-las, por isso, eu vou com cuidado com a Pilar porque, de repente, uma pequena coisa pode estragar tudo. (…) É inacreditável! Está tudo bem, até está toda a gente a rir-se, mas por uma pequena coisa, de repente, as miúdas viram como o vento e ficam amuadas. Eu não sei o que é. E também não sei bem que pequena coisa é essa. Às vezes, até me parece que elas vão ficar chateadas e não ficam e outras, é mesmo só uma piada e já ninguém as atura. Nós, os rapazes – ou homens – não somos assim. Quando nos chateamos é porque a coisa é a sério. Não vamos com ninharias. Mas, enfim, para termos as miúdas é preciso aceitá-las um bocado como elas são.
Eu estava a pensar isto, mas sem saber muito bem o que estava a pensar. Eu acho que, às vezes, também sou contraditório e isso chateia-me, mas deve ser porque estou a tornar-me adulto”.

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