No n.º 16 do Solta Palavra, Revista/Boletim do CRILIJ - Centro de Recursos e Investigação em Literatura Infantil e Juvenil - , acabadinho da sair, Manuela Maldonado escreve a seguinte recensão ao livro "Tretaletra" de Maria Helena Pires, com ilustrações de Elisabete Ferreira, editado pela Trinta Por Uma Linha:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicDXwPg-j8-TjO3F-rw3FaKgTNBohuYF-9-V1nTmhzrZTqI0COChfozbZHKxxk72mIVOlJLjWUidX1SvK9GbrF4m1IEW1vCiU3wjDBbDoj08Q7DyMiUYHKb9wKged89XJR528tkPUIyJ0/s320/capa_Tretaletra_OK%5B1%5D.jpg)
A ilustradora, Elisabete Ferreira, concebeu um código icónico que interage com o da escrita ao desenhar seres longilíneos, de tipo cinésico, com umas cabeleiras enormes a flutuar ao vento. O cabelo é a cobertura da cabeça, a sede pensante donde as ideias borbotam e onde também estão sediados o sentir e o imaginar. Os cabelos longos que aparecem em movimento funcionam como propulsores dessa intimidade cerebral, afectiva, imaginativa a que as cores atribuídas acrescentam significâncias. Interessante é o facto de, em quase todas as situações, os ouvidos estarem a descoberto ou não fosse a poesia um texto essencialmente para ouvir que, à sua maneira, é a música dos fonemas.
A designer, Anabela Dias, interpreta na perfeição os dois códigos em presença, chegando até a combinar, na página, a cor dominante dos cabelos com a dos grafemas.
A partir dos 8 anos