A Sala Polivalente da Biblioteca Municipal do Pombal esteve repleta de pessoas que quiseram estar na apresentação do livro “Logo se vê”, de Alexandra Goreti Ferreira com ilustrações de Sónia Borges, que decorreu na passada sexta-feira.
A primeira intervenção, que pode ler abaixo, foi da Drª Ana Maria Cabral, coordenadora Interconcelhia do programa Rede de Bibliotecas Escolares.
Seguiu-se a ilustradora Sónia Borges que fez algumas considerações sobre o acto de ilustrar. E, por fim, a autora Alexandra Goreti Ferreira que agradeceu o apoio de todos os presentes.
A primeira intervenção, que pode ler abaixo, foi da Drª Ana Maria Cabral, coordenadora Interconcelhia do programa Rede de Bibliotecas Escolares.
Seguiu-se a ilustradora Sónia Borges que fez algumas considerações sobre o acto de ilustrar. E, por fim, a autora Alexandra Goreti Ferreira que agradeceu o apoio de todos os presentes.
“Logo se vê…
Um livro de Alexandra! Para LER? SONHAR? Logo se vê…
Antes de falar propriamente do livro da Alexandra, tenho de vos dizer, em meia dúzia de palavras, em tempos onde, de alguma forma, conhecia o trabalho desenvolvido por alguns professores do Colégio Cidade Roda na área do teatro e da música, que recordo a Alexandra como uma muito jovem professora, persistente, decidida, um turbilhão de vontades…
Acredito que esse turbilhão de vontades a terá feito chegar a este porto… ser escritora a sério! Sim, porque a Alexandra, seguramente, tem sido sempre escritora… os escritos do coração que fazem outro sentido quando passados ao papel.
Ao seu percurso de vida, achei-o curioso. Nasceu em Coimbra, e a sua infância foi passada entre Portugal e África!
Com uma âncora afectiva – os avós – parte decisiva na vida de Alexandra.
Uma adolescência onde os amigos fizeram parte do seu mundo como pequenas estrelas.
E, por fim, a sua actividade profissional, dividida entre o atelier de Teatro e as aulas de História…
Sonhadora…tenta, através da representação, cativar os seus alunos.
E agora, o LIVRO…
Li-o em 2 horas… um livro com um enredo cativante, que nos transporta para uma escola onde os adolescentes vivem intensamente todos os momentos dos seus dias.
O livro é escrito na primeira pessoa do masculino, e a narrativa é conduzida por Guilherme, que vai narrando a sua própria história…
Quem é Guilherme?
Aluno pouco aplicado, mas apaixonado pela arte teatral, faz parte do clube de teatro da escola. Foi num espectáculo do seu grupo de teatro que, ao ter uma “branca”, o atingiu algo que nos faz muito mal… medo de fracassar… medo de falhar.
Toda a narrativa gira em redor desta personagem, que se confronta com ele próprio e com todas as indecisões que fazem parte da adolescência.
Guilherme tinha uma particularidade. Vivia um momento de cada vez e o resto… LOGO SE VÊ…
Depois…a narrativa evolui, e na história entram três irmãos, de origem africana e com uma história de vida muito sofrida. E é em Nair que se vai centrar o nosso protagonista…
Nair, Rubem e Rita, ( os irmãos de origem africana que vivem num centro de acolhimento) vão, ao longo da história, introduzir aspectos que imprimem um cunho muito humano a toda a narrativa.
Nair e Guilherme enriquecem a história com uma relação afectiva pura…que, crescendo a par com o amadurecimento do protagonista, vai dando ao leitor uma visão doce e responsável destes adolescentes.
Há em todo o enredo uma personagem forte, que aparece em momentos chave, a avó…a avó âncora…
Num discurso com um misto de linguagem muito próxima do leitor adolescente e de uma linguagem mais erudita, a autora oferece-nos a reflexão sobre:
- as vivências por que os adolescentes passam e dos quais, muitas vezes, nem nos apercebemos: decisões, confrontos, conflitos, procuras, o sonho, o amor, os amigos, as revoltas, a descoberta… mas também, abordagens relacionadas com o racismo, a violência doméstica, a deficiência…
-e um olhar do outro lado da escola: o lado humano. O lado onde os funcionários são uns “chatos” mas protegem…Um lado onde os professores ensinam e educam. Olham, observam, dão espaço para os jovens tomarem as suas decisões…
Da ilustração, dizer-vos que, a Sónia Borges, uma jovem ilustradora, já com um caminho bem interessante, foi muito feliz no trabalho. As ilustrações a preto e branco imprimem uma carga emotiva ao texto, enriquecendo e transportando o leitor para outros olhares…outros sonhos.
Experimentem, este encontro e… LOGO SE VÊ!” [Ana Maria Cabral]